Monday, October 30, 2006

Chinesices

Sábado foi um dia dedicado ao turismo. A administração das residências Ninomiya e Takezono organizou uma viagem para os locatários até Yokohama, no sul de Tóquio. O plano previa uma visita à Chinatown seguida de uma ida ao Zoorasia.
Yokohama (
http://en.wikipedia.org/wiki/Yokohama) - esta cidade costumava ser separada de Tóquio (tal como Amadora de Lisboa). Hoje devido à expansão das duas cidades não se distingue onde uma começa e a outra acaba.
Em 1857 o porto de Yokohama foi aberto ao comércio internacional. O Shogun de Tokugawa abria finalmente as portas do Japão ao mundo. Claro que para tal foi necessário um certo esforço de persuasão por parte dos americanos (o qual envolveu uma frota de vasos de guerra e umas ameaças pelo meio - pois, detalhes!). Com a abertura do porto, os ocidentais contrataram uma série de chineses para servirem de intérpretes e de pessoal de apoio. Estes rapidamente estabeleceram uma comunidade razão pela qual a Chinatown está hoje localizada em Yokohama e não no centro de Tóquio (ao contrário do que se passa em Londres ou Nova-Iorque, por exemplo). Deva dizer-se que a presença deste bairro resistiu a momentos extremamente turbulentos como sejam a primeira guerra sino-nipónica (1894-5), terramotos de grande magnitude e à WWII.
A primeira coisa que notei foi o estado impecável das ruas – muito diferente da de Londres! E engraçado notar que para alem das lojas chinesas também aqui se encontram estabelecidos comerciantes japoneses, franceses, etc. Trata-se na verdade de um bairro internacional (claro que a maioria continua a ser de origem chinesa, pura e dura). Deu para visitar uns templos confucionistas e budistas, comer umas empadas chinesas e andar por lá a passear umas duas horas.
Depois foi a vez do zoo. É um espaço simpático onde tentam recriar os habitats naturais dos animais. Pelo que percebi fazem também criação em cativeiro. Enfim, andámos por lá em grupo a ver macacos, leões, ursos e sei lá que mais! Acabámos a tirar umas fotos de grupo e voltámos nos autocarros para Tsukuba.
Claro que atravessar Tóquio de uma ponta à outra é sempre uma tortura. Passámos por zonas bastante interessantes com edifício de arquitectura fantástica como a sede das cervejas Asaki e a Fuji Tower, mas 3 horas no autocarro para fazer cerca de 100 km é demasiado! Viver em Tóquio é para malucos! Ou se tem muitíssimo dinheiro ou então do mesmo por falta de outra opção! Tal qual Londres, diga-se de passagem. São cidades com uma variedade enorme de coisas para se fazer, fascinantes para turismo e passar uns dias mas para fazer uma vida....não obrigado! Muito caras e um stress permanente. Barulho, movimento, trânsito, ... nahh... depois de Oxford e Cambridge acho que fiquei demasiado mimado – agora estou bem é em pequenas cidades.

Sunday, October 29, 2006

A preguiça ao poder

Esta semana foi preenchida com bastante trabalho e longas sessões nos microscópios. Mas neste entretanto cheguei à conclusão que sou um preguiçoso comparado aos chineses! Ora senão vejamos: num dia típico, chego pelas 8h30-9h00 ao lab - alguns dos meus colegas chineses, mais madrugadores, já por lá andam. Por ali fico, em média, até às 19h-20h quando vou para casa. Os meus colegas chineses, amigos do anoitecer, permanecem. Nos dias em que as sessões nos microscópios se estendem até às altas horas da noite, por vezes meia-noite, saio das câmaras escuras, dirijo-me ao escritório e....boas-noites aos meus noctívagos colegas chineses. De vez em quando dou um salto ao instituto no Sábado e/ou Domingo e, certo como um relógio, uns quantos passeam-se entre laboratórios e computadores. E eu pergunto-me agora: será que estou realmente em falta ou esta gente vive, come e dorme nestes cubículos a que chamamos secretárias? É preciso dizer que não raro trazem a família para o escritório, sobretudo nos fins-de-semana. Eles vão trabalhar e elas e os miúdos ficam em frente aos computadores a jogar e surfar na net. Pois assim estamos...enfim, como isto é um tipo de vida que de forma alguma pretendo ter acho que tenho definitivamente de admitir que sou um preguiçoso! Viva ao dolce far niente!