Sunday, March 04, 2007

O (quase) triunfo das fitas

E assim fico mais velho, um ano. Posso voar até aos confins do sistema solar, viajar à velocidade da luz, mas isto só pára quando morrer. Há que tentar faze-lo portanto com qualidade. Mas não deixa de ser sempre um dia de fazer balanços (entre outros dias como durante o ano novo, quando se tomam daqueles resoluções com prazo de validade de pouco mais que uma semana – raramente resistem ao bolo-rei). Dobrada a casa dos 30, o que vejo é uma geração em que a maior parte de nós não está casada, não tem filhos, casa própria ou mesmo um emprego fixo, muitos vivem expatriados. Com que letra do abecedário nos rotularam?
Entretanto, tive uma inesperada prenda de aniversário – por duas vezes, uma das minhas fotografias foi escolhida como “runner-up” na competição de fotos científicas sobre o mundo à nanoescala. Estes concursos começam a ser quase ubíquos em conferencias que envolvem o nano e/ou microscopia. A ideia é tentar conjugar fenómenos científicos com arte. Aqui fica a imagem. O que é? Trata-se de uma nanofita de CdS (a espessura é da ordem das poucas dezenas de nm) a qual for deformada dentro de um microscópio electrónico. A imagem, depois de obtida, foi colorida com Photoshop, de tal forma que faz lembrar as explosões solares.