Feliz Natal, Feliz Navidad, Joyeux Noel, Merry Christmas, tra-la-la-lala
20 dias sem actualizar o blog e... paff, estamos praticamente no Natal!
Tempo de família, de boas acções, de gastar muito dinheiro, beber muito e comer mais ainda, todos juntos para uma das mais simbólicas festas do mundo ocidental. Por estes lados, poucos são os que realmente festejam o Natal. No entanto, a julgar pelas ubíquas decorações, diríamos serem os japoneses os mais fervorosos adeptos da quadra. Mas não, ficam-se pelo lado materialista da coisa. Ou então, saem-se com comentários como o do recente manifesto dos estudantes universitários chineses que exulta o povo a não se deixar hipnotizar pela fábrica mercantilista e hipnotizadora da cultura ocidental – Pai Natal põe-te a pau senão ainda levas um valente balázio de um destes jovens!
Mas falava eu das decorações – Tsukuba, Tóquio, ao cair do sol, isto são ondas de luz que nos atingem ao virar de cada esquina. Alguns dos arranjos são autênticas obras de arte como as que eles têm em Roppongi. Muito para além dos comparativamente paupérrimos esforços de árvores enfeitadas e esparsas faixas de luzes penduradas nas paredes. Aqui são jogos de luz de cores outonais ou azuis/brancos a puxar a neve que teima em não cair, tudo em LEDs, ou não fosse o Japão o país-farol da iluminação de estado sólido.
Entretanto, nos escritórios, laboratórios e demais locais de trabalho é usual que o chefe organize uma festa a que eles aqui chamam “Bonenkai” o que traduzido dá qualquer coisa como “esquecer o ano”. Tem piada, acho. Portanto, o propósito da dita festa não é celebrar o Natal, não é celebrar o ano que virá na esperança de prosperidade, etc. mas, pura e simplesmente, esquecer o raio do ano que está quase a acabar, afogar mágoas por negócios perdidos – uma forma do chefe vir dizer “Olhem lá pessoal, tenho muita pena, mas este é mais um daqueles para esquecer”. E toca de se encharcarem de sake. Claro que antes ouve-se o sermão do chefe tipo: quem vai ao volante não tem direito ao sake. Porra, também é demais! Por um lado o chefe que nos diz isto é pra esquecer, depois mete-nos o sake ali à frente do nariz e por fim sai-se com o chavão para não tocarmos no álcool (diga-se de passagem que aqui a lei é dura! Os japoneses têm um sistema de pontos bem severo e para mais recentemente tem havido imensos comentários sobre todo o tipo de tragédias de drink-driving nos telejornais). Mas os que podem o mais natural é continuarem depois a festa num qualquer bar de Karaoke, aos berros a um microfone e passa-lo de mão em mão como nos bons velhos tempos do Marco Paulo e “Eu tenho dois amores”.
Mas no final de tudo isto, Bonenkais e luzes aparte, o pior da estória é que no dia 25 de Dezembro vou ter de ir trabalhar....arrrggggg!
Tempo de família, de boas acções, de gastar muito dinheiro, beber muito e comer mais ainda, todos juntos para uma das mais simbólicas festas do mundo ocidental. Por estes lados, poucos são os que realmente festejam o Natal. No entanto, a julgar pelas ubíquas decorações, diríamos serem os japoneses os mais fervorosos adeptos da quadra. Mas não, ficam-se pelo lado materialista da coisa. Ou então, saem-se com comentários como o do recente manifesto dos estudantes universitários chineses que exulta o povo a não se deixar hipnotizar pela fábrica mercantilista e hipnotizadora da cultura ocidental – Pai Natal põe-te a pau senão ainda levas um valente balázio de um destes jovens!
Mas falava eu das decorações – Tsukuba, Tóquio, ao cair do sol, isto são ondas de luz que nos atingem ao virar de cada esquina. Alguns dos arranjos são autênticas obras de arte como as que eles têm em Roppongi. Muito para além dos comparativamente paupérrimos esforços de árvores enfeitadas e esparsas faixas de luzes penduradas nas paredes. Aqui são jogos de luz de cores outonais ou azuis/brancos a puxar a neve que teima em não cair, tudo em LEDs, ou não fosse o Japão o país-farol da iluminação de estado sólido.
Entretanto, nos escritórios, laboratórios e demais locais de trabalho é usual que o chefe organize uma festa a que eles aqui chamam “Bonenkai” o que traduzido dá qualquer coisa como “esquecer o ano”. Tem piada, acho. Portanto, o propósito da dita festa não é celebrar o Natal, não é celebrar o ano que virá na esperança de prosperidade, etc. mas, pura e simplesmente, esquecer o raio do ano que está quase a acabar, afogar mágoas por negócios perdidos – uma forma do chefe vir dizer “Olhem lá pessoal, tenho muita pena, mas este é mais um daqueles para esquecer”. E toca de se encharcarem de sake. Claro que antes ouve-se o sermão do chefe tipo: quem vai ao volante não tem direito ao sake. Porra, também é demais! Por um lado o chefe que nos diz isto é pra esquecer, depois mete-nos o sake ali à frente do nariz e por fim sai-se com o chavão para não tocarmos no álcool (diga-se de passagem que aqui a lei é dura! Os japoneses têm um sistema de pontos bem severo e para mais recentemente tem havido imensos comentários sobre todo o tipo de tragédias de drink-driving nos telejornais). Mas os que podem o mais natural é continuarem depois a festa num qualquer bar de Karaoke, aos berros a um microfone e passa-lo de mão em mão como nos bons velhos tempos do Marco Paulo e “Eu tenho dois amores”.
Mas no final de tudo isto, Bonenkais e luzes aparte, o pior da estória é que no dia 25 de Dezembro vou ter de ir trabalhar....arrrggggg!
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