Monday, November 27, 2006

Atum com outros 2


Atum com outros

Sexta-feira foi dia de longas horas de folia e muita peixaria! Depois das sessões de karaoke e repetidas visitas aos poucos bares de Tsukuba, cinco de nós (a Milica (Sérvia), a Fiona (Inglaterra), o Georg (Holanda), a Annette (Noruega) e eu, claro), decidimos ir conhecer Tóquio by night. O problema é que os transportes públicos para Tsukuba deixam de funcionar pela 1 da manhã, pelo que as reduzidas opções seriam dormir num hotel (muito caro) ou tentar fazer uma directa. Não tínhamos qualquer plano traçado àparte a vontade de conhecermos Tsukiji, o maior mercado abastecedor de peixe do mundo (http://en.wikipedia.org/wiki/Tsukiji_fish_market).
Ponto de encontro em Tóquio: Shibuya, na saída principal do metro. Ou seja, onde centenas de outras pessoas se cruzam todos os minutos, correndo pelas inúmeras passadeiras que cortam a intersecção das enormes avenidas desta praça. Aqui os edifícios não têm fachadas, são meios para um espectáculo televisivo contínuo. Paredes de vidro funcionando ininterruptamente como ecrãs de projecção para todo o tipo de anúncios, vídeo clips, mensagens, etc. Shibuya é um dos pontos de encontro predilectos dos adolescentes (e graúdos também) de Tóquio (http://en.wikipedia.org/wiki/Shibuya). Neste bairro facilmente se encontram restaurantes, bares e discotecas. A vida de noite ferve nestas ruas. Começámos o nosso périplo pelas 11, saltando de bar em bar, pasmados com o movimento de gente em poses e roupas extravagantes. Depois de muita agitação e suor dançante, apanhámos um táxi para irmos para um outro bairro bastante famoso pelas suas actividades noctívagas, Roppongi. Aqui, como esperávamos, a população de estrangeiros é muito mais elevada. Demos mais umas voltas, entrando e saindo de discotecas até cerca das 5h00, quando decidimos por mãos à obra: estava na hora de ir ao peixe. Os barcos chegam pela noite e toda a actividade começa pelas 5 da matina com os leiloes nas lotas a decorrerem pelas 5h30. O mercado de Tsukiji atrai multidões de turistas – bom, pelos menos aqueles que estão motivados o suficiente para lá estarem tão cedo! O mercado em si...nunca vi coisa igual! Já visitei vários por esse mundo fora mas como Tsukiji, nada! Uma outra dimensão, um movimento caótico de gente, carrinhas, atrelados e camionetas, uma cacofonia de sons e cheiros, água que transbordava de caixas de esferovite onde rodopiavam peixes estranhos, espadas em riste, facas afiadas e serras em vaivém a trabalhar os enormes atuns. Este é um mercado gargantuesco. Mas também, pudera, para servir um aglomerado urbano onde vivem cerca de 35 milhões de pessoas (Grande Tóquio)! Nas lotas viam-se centenas de peixes alinhados no chão, atuns congelados vindos das arcas dos navios pesqueiros, escrupulosamente estudados por possíveis compradores. Interessante como lhes fazem um corte na cauda para levantarem um pedaço de carne congelada; de seguida, esfregam os dedos na carne para melhor se aperceberem da cor e consistência. Mas não são só congelados pois nas outras salas havia toda uma série de outros géneros de pescado a serem leiloados.
Quando daqui saímos eram cerca de 7h00. Fomos necessariamente tentar encontrar um sítio para tomarmos um pequeno-almoço antes de seguirmos de volta para Tsukuba. O frio já aperta nesta época em Tóquio e para mais estava uma daquelas manhas de céu azul e vento seco, gelado. Envolvendo o mercado como as camadas de uma cebola, há ruas inteiras de tendas onde se vende desde sushi até sapatos tipícos japoneses. Cheguei a casa já o sol ia alto. Cansativo sim mas sem dúvida uma noite interessante.

Thursday, November 23, 2006

Soirée na Embaixada

Continuando na senda dos encontros organizados pela Sociedade Oxbridge, esta semana tivémos um jantar volante na Embaixada da Coreia do Sul em Tóquio. O Embaixador, membro já há cerca de 10 anos, proporcionou-nos a oportunidade de não só visitar a sua residência mas também de tomar contacto com a gastronomia sul-coreana. Devo dizer que muito do que provei, gostei. Em alguns aspectos assemelha-se à comida japonesa com a ressalva de ser bastante mais condimentada. Gostam muito de paprika e malaguetas!
No caminho para a Embaixada fiquei surpreendido com as medidas de segurança. Na entrada da rua da embaixada encontravam-se polícias e carrinhas do corpo de intervenção que, pelo que me informaram ali se encontram em permanência. Em redor do edifício da embaixada vêem-se bastantes agente fardados. Estas medidas são dirigidas contra os activistas políticos de extrema-direita que, por vezes, tentam invadir a embaixada – isto porque as relações entre a Coreia e o Japão ainda têm muito para melhorar (ódios antigos e disputas territoriais). Falando destes grupos radicais finalmente pude perceber o porquê das carrinhas que rondam as ruas com altifalantes aos berros – pelos vistos os nacionalistas adoram fazer barulho por estas bandas.
Voltando ao jantar, por lá fiquei umas duas horas e na saída ainda fui presenteado com um saco de vitualhas coreanas. Assim é que tenho mel coreano e sopa de frango que devem durar para mais de um mês!
Infelizmente, não nos foi autorizado tirar fotos do evento (motivos de segurança, raios partam!). Mas fiquem pelo que vos digo, se puderem tentem um barbeque coreano – muito bom e ainda um tanto desconhecido.

Saturday, November 18, 2006

Ninomiya

Bem-vindos à Ninomiya House - residência para investigadores estrangeiros em Tsukuba. Hall de entrada bem espaçoso, cheio de luz e biblioteca incluída.

Vista do meu apartamento, quarto andar. A esquerda vê-se o conjunto de montanhas que inclui o Monte Tsukuba. Na foto da direita, direcção este, fica o NIMS, onde trabalho.

Wednesday, November 15, 2006

Gadgets galore

A juntar à minha nova máquina fotográfica decidi comprar um leitor mp3, o qual por obra do acaso, acabou por ser da Sony também. Pois é, já estou convertido ao gadgets. Para ser sincero quando inicialmente o comprei foi toda uma aventura. E isto serve também de lição para quem vier ao Japão! Leiam...Ora portanto já há uma semana ou duas que comprei o dito leitor mp3 (optei por um modelo Siren DP200, muito stylish e com microfone incorporado). Cheguei a casa para o experimentar mas cedo me deparei com uma série de problemas. Primeiro não conseguia a ligação do leitor ao meu computador através do cabo USB. Pensei que fosse talvez por ter no meu laptop uma ligação antiga em vez da mais rápida 2.0. Levei o leitor para o lab e experimentei por lá tanto com OS em inglês como japonês e nada. Quer dizer, o leitor dava sinal que estava a carregar a bateria mas não fazia a comunicação com o computador! Resultado: tive de voltar à loja em Tóquio (primeira vez). Por lá passei cerca de hora e meia, às tantas rodeado por seis (sem exagero) diligentes empregados japoneses nenhum dos quais por sinal sabia resolver o meu problema. Tentaram a ligação nos computadores deles, trocar de PC para Mac,... e nada. Assim, depois de muitas peripécias telefonou-se para a companhia que produz o leitor. Daí disseram-nos que o cabo tem mesmo de ser bem atarrachado até ao fundo. É para empurrar com força, diziam eles! Estava mesmo a ver que isto ainda ia dar pró torto. Todos experimentámos e a um certo ponto estávamos a exercer tal pressão para ligar o cabo que um pouco mais acabávamos por partir o aparelho! No entanto, numa derradeira tentativa um dos empregados, mais iluminado, conseguiu o sinal. Muito suor para ligar apenas um cabo! Pois, mau design, puro e simples! Pelo menos o raio do mp3 parecia funcionar nos computadores da loja. Voltei a casa optimista e sorridente mas quando o liguei aos meus computadores (casa + lab) os PC ficavam absolutamente congelados! Ficavam para ali sem fazer nada... durante horas e horas a fio se assim os deixasse. A causa disto, estúpida mais muito simples: a drive apenas ser reconhecia OS em japonês! Arrghhh! Mais uma moedinha, mais uma voltinha...segunda vez de volta à loja desta feita para exigir que me trocassem o leitor. E assim foi que acabei por escolher um dos novos Walkmans da Sony, modelo overseas (que é como quem diz para turistas), o S706F (nada de ipods Nano pois toda a gente tem um). Estamos sempre a aprender!

Sunday, November 12, 2006


Muito tenho falado desta maravilha férrea chamada Tsukuba Express. 45 minutos Tsukuba - Tóquio com os cumprimentos da Hitachi.

Saturday, November 11, 2006

Mito, Ibaraki

Finalmente tenho a minha autorização oficial de reentrada no Japão. Agora posso ir e voltar quando bem me apetecer sem incorrer no perigo de ter de renovar o visto. Quarta-feira, fomos eu, o Ujjal (Indiano) e o Roberto (Italiano) até à Repartição para Imigrantes em Mito. Mito é a capital distrital de Ibaraki, da qual Tsukuba faz parte. Saímos daqui pelas 9h00 e pelo meio-dia conseguimos por fim dar com o sítio. A coisa em si, depois de termos preparado os formulários e selos, não demorou mais de 10 minutos. Trata-se de apenas uma formalidade mas infelizmente revela-se essencial para poder sair do Japão – eles adoram burocracias! Pois se mesmo os japoneses têm de ter uma autorização deste género para voltar ao país! Esta situação é um tanto estranha se tivermos em conta o quanto estamos habituados, na Europa e demais países ditos Ocidentais, a uma vida onde regularmente saímos e entramos no nosso e outros países sem grandes complicações - um passaporte e voilá, nada mais é necessário! Mas isto não se aplica pelo mundo fora - pois se os chineses até há cerca de dois anos não eram autorizados a sair para fazerem turismo! A razão da viagem tinha que ser outra que meramente lúdica! Um caso forçado do tipo “Vá para fora cá dentro, com os cumprimentos do Comité Central.”
Voltando a Mito, não nos demorámos muito mais que o estritamente necessário. Quando partímos eram já cerca de 3 da tarde. Separámo-nos, eles dirigiram-se de novo para Tsukuba e eu ...ala para Tóquio que se faz tarde! O meu propósito era poder comprar uma máquina fotográfica em Akihabara, finalmente! Optei pelo novo modelo da Sony, a Cybershot T50. Não é que seja uma obra-prima de tecnologia fotográfica mas cabe no bolso e é bastante user-friendly. Pena que, por exemplo, tenha apenas um zoom de 3x. Mas o melhor da estória é que, junto ao facto de agora ter acrescida liberdade para fazer uploads de imagens com o Blogger, isto significa que poder-vos-ei mostrar muito mais sobre a realidade nipónica.

Admirável Mundo Novo

Porquê mudar do Sapo para o Blogger? A resposta é simples: por uma questão de espaço e funcionalidade. Quando decididi começar o blog em Junho escolhi o Sapo pois permitia-me também ter uma página pessoal. Assim ficava com os dois produtos no mesmo provider e, pensava eu, que a coisa seria mais fácil pois não teria problemas de interacção entre o blog e o website. Infelizmente o serviço oferecido pelo Sapo é extremamente limitado para não-assinantes. Quer isto dizer que o espaço total para o meu site é apenas 1.5 Mb o que dá para uma dezena e meia de fotos se tanto! Para mais, no caso de querer mostrar imagens no blog tinha de as ter armazenado num url específico, neste caso o meu website no Sapo. Ora, como podem adivinhar, rapidamente fiquei sem espaço, mesmo recorrendo a técnicas de compressão de imagens, etc. Resultado: venho fazer companhia ao Abrupto do JPP e, a vós, bem-vindos ao Blogger.

Sunday, November 05, 2006

Evening rock-karaoke shows

Tinha-me esquecido de vos contar sobre as noites de Karaoke, essa estranha forma de entretenimento terrivelmente comum aqui no Japão (e todo o sudoeste asiático). De longe, este hábito de se isolarem numa sala com um pequeno grupo de amigos ou colegas, parece um tanto estranho. Acho que a cena ficou bem retratada num filme recente chamado Lost in Translation. A certa altura vemos o Bill Murray e a Scarlett Johansson a tentarem adaptar-se ao ambiente que se vive nestes cubículos repletos de decibéis e estrelas de rock frustradas! Os nipónicos podem passar uma noite inteira nisto e o entusiasmo não se restringe aos jovens – desde homens de negócios a grupos de quarentonas, passando pelos adolescentes com ar de rockeiros, todos param nestes sítios. Normalmente, começam as festividades pelas 9-10 da noite e por lá ficam até às 2-3 da matina! Em Tóquio encontramos prédios inteiros dedicados a isto. Cada andar poder ter umas 10 salas e cada prédio 7 andares. E aos fins-de-semana estão sempre cheios! Um bom negócio, sem dúvida.
Há uns dias atrás, fui finalmente experimentar uma sessão “à la japonaise” num bar local. Alugámos uma das sala disponíveis e por lá estivémos umas duas horas a fazer barulho. Entra-se para uma sala com cerca de 75 m2, na qual temos, como seria de esperar, um televisor e demais aparelhagens com leitores DVD e sistemas de som. Geralmente, 6-8 pessoas sentam-se em redor de uma mesa onde depois se podem encomendar bebidas através de um telecomando. Nós, nos entretantos de umas cervejas e sake bem gelados, tivémos umas tentativas mais ou menos frustradas de por o sistema a trabalhar. Resignados, lá chamámos um funcionário que nos explicou como escolher as músicas que queríamos. E foi assim que, depois, de umas primeiras canções um tanto desafinadas, aquilo tornou-se numa festa. Claro que cerca de 50% das músicas na base de dados eram hits japoneses mas isso não nos impediu de encontrarmos uns bons clássicos ocidentais. Fizémos as duas horitas mas no fim soube a pouco...na verdade, quando tentámos prolongar a reserva por outras duas horas, fomos informados que as salas estavam todas completamente reservadas. Lá fora, uma fila substancial de gente há espera pela sua vez! Japanese-lifestyle!

Retalhos da vida dum tuga

Finalmente decidiram arranjar o acesso à Internet na Ninomiya House. Depois de muitas reclamações, de muita gente frustrada a tentar fazer coisas tão simples como ler emails, depois de muitos milhares de páginas e links quebrados, temos luz! Mas nestas coisas não há bela sem senão. Internet mais rápida, sem os problemas que tinha mas isto porque tudo quanto é programa de partilha de ficheiros e downloads tipo eMule foram proibidos. Bom, pelo menos posso actualizar o blog sem as repetidas e irritantes demoras que antes quase me faziam arrancar os cabelos. E é de graça (hmmm...ou pelo menos é o que dizem...cá para mim está incluído no preço da renda!).
Ontem fui, mais uma vez, a Tóquio. Desta feita, esperançado que iria por fim poder comprar uma nova máquina fotográfica (o blog está definitivamente a precisar de umas fotos!). A vantagem de apanhar o Tuskuba Express para Tóquio é poder sair na estacão terminal, em Akihabara, e logo na saída ter uma panóplia de lojas e mega-lojas de produtos electrónicos. Entrei numa que afirmava fazer um desconto de 10% para estrangeiros residentes no Japão há menos de 6 meses. Quando encontrei o andar com as máquinas fotográficas fiquei um tanto decepcionado! A quantidade de material em exposição era grande mas depois de uns bons 20 minutos, cheguei à conclusão que eles repetiam os mesmos modelos interminavelmente! Ou seja, tinham umas prateleiras repletas de máquinas da Canon, Olympus, Sony, Minolta, etc. e, mais adiante, voltavam a repetir o mesmo! Infelizmente, verifiquei que era a mesma história nas outras lojas – caso para dizer: muita parra pouca uva. Não é que o que tenham à venda seja mau mas nestas coisas vale a pena ter um pouco mais de escolha.
Para além das artes fotográficas tive de ir a Tóquio comprar perfumes. E bem perguntam se preciso de ir à capital para isso? Surpreendentemente, vi-me obrigado a tal! É que aqui, em Tuskuba, a oferta de perfumaria e moda masculinas é quase inexistente! Acho que os homens nipónicos pouco se vestem ou não usam perfumes, nada! Isto muito ao contrário das mulheres... Ora esperava então que em Tóquio as coisas fossem diferentes...tschhh....esperava! Dirigi-me a uma daquelas lojas tipo Printemps com uma série de andares divididos em diferentes secções. Mas cedo percebi que inevitavelmente temos sempre uns três ou quatro andares dedicados a itens femininos (roupas, acessórios, perfumes, ...) e para os homens – coitados - há que nos desenrascar com um andar (na melhor das hipóteses), mais normal apenas meio! Resultado: perdi um desgraçado de um tempo há procura de perfumes. Claro que encontrei a secção para homens mas a oferta que eles tinham..ui, ui...poucos, mesmo muito poucos! Isto, para quem vem habituado às perfumarias europeias onde se encontram extensas prateleiras cheias de todo o tipo de produtos – chega-se aqui e mais parece a loja da aldeia! Enfim, pensava que era um problema exclusivo de Tsukuba, mas talvez seja mais extenso, bem mais difundido! A não ser que as perfumarias masculinas em Tóquio estejam localizadas num bairro especifico!

Wednesday, November 01, 2006

Gorilas na bruma