Sunday, July 01, 2007

Bacalhau com Sumo (não, não é da Compal!)

Há cerca de umas semanas atrás (algumas...) fui assistir a um torneio de sumo com uns amigos meus (Olivier e Richard, dois franceses). Na altura faltou-me o tempo para relatar a história mas aqui fica.
Os torneios de sumo ocorrem seis vezes ao ano, geralmente mudando amiúde de cidade. Assim em Maio temos um dos três Torneios de Tóquio estando agora em Julho a decorrer o Torneio de Nagoya. Estas competições duram cerca de duas semanas e os lutadores são supostos lutarem entre si, nas suas diferentes divisões e em média uma luta por dia, de modo a ganharem pontos/combates. No fim, junto com as disposições das tabelas de lutadores, é declarado o campeão do Torneio. Consoante of número de combates e torneios ganhos o lutador poderá depois subir de divisão e eventualmente chegar à muito ambicionada e milionária posição de Grande Campeão, Yokozuna. Nesta, existe presentemente apenas um lutador, Asashoryu. Escusado será dizer que estes monstros de quase 2 metros e cerca de 200 kg, são adorados como semi-deuses pelos japoneses. São grandes mas longe de serem lentos. Para alem de uma forca extraordinária são extremamente ágeis e de uma flexibilidade espantosa. Na verdade todos eles têm de fazer a esparregata! Uns Van Dammes um pouco mais gordos, só isso! Mas o que me mais espantou foi de facto de haverem alguns europeus também inscritos como lutadores (a lista inclui búlgaros, georgianos, etc). Ao que parece há uma actividade forte de sumo na Europa, embora pouco desconhecida do público em geral.
Escolhemos o primeiro dia do torneio (para os últimos, fica quase impossível arranjar bilhetes) e começámos logo pelas 10h00 da manha a ver os combates das divisões juniores. Estes são ainda aprendizes, amadores que almejam chegar ao escalão Juryo. Assim ficámos até por volta da 1 da tarde quando começaram as divisões de médio escalão. A partir das 4 e até as 6 tivémos portanto a primeira divisão de lutadores. Aqui a sala encheu-se de espectadores. Logo pela manha a audiência era um espectáculo um tanto desolador pois poucos vêm assistir aos duelos a estas horas. Tínhamos uns lugares de bancadas tipo primeiro andar. Havia também plateia mas aqui os lugares são tipo japones (tem-se de se sentar no chão de pernas cruzadas todo o dia!). Alem de desconfortáveis, são caros e pouco espaçosos. Mas há os que pagam uma pequena fortuna para estarem nas primeiras filas logo ali ao lado da arena. E ainda se sujeitam a terem os lutadores lançados para cima deles, quando estes vêm projectados da arena. Ora levar com uma massa de 200 kg não é coisa que eu me queira arriscar! Ficava logo com os ossos feitos em puré!
Aparte as aventuras de Sumo, finalmente fui experimentar um dos poucos restaurantes portugueses de Tóquio. Recentemente dei-me conta que existem pelo menos dois restaurantes e, ao que parece são, do mesmo dono. Um serve como restaurante normal, o outro como casa de fados! Fui ao primeiro e não fiquei assim tão desagradado. Claro que a comida e adaptado ao gosto dos nipónicos mas sabe bem ver uma sala forrada de fotos de Lisboa, Galos de Barcelos e vinhos lusos. Engraçado, o cozinheiro era de Macau, o que explicava alguns dos pratos tipo fusão luso-oriental na ementa (para os curiosos: http://www.pjgroup.jp/manuel/).

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