Wednesday, December 05, 2007

Os bambis de Nara

Depois de acordamos, dirigimo-nos até Nara. O segundo dia foi dedicado aquela que foi a primeira capital a sério do Japão. Esta pequena cidade histórica conta com oito sítios classificados pela UNESCO como Património Mundial. Muitos dos edifícios originais (do século VII) sobrevivem ainda, alguns deles monumentos gigantescos totalmente em madeira. Para alem do enorme número de templos e jardins, Nara tem uma particularidade engraçada: uma grande área do centro da cidade é ocupada por um parque (Nara-koen) onde se passeiam, soltos e as centenas, veados domesticados. Dóceis, não só se deixam acariciar mas também vem comer na mão! Alguns são tão insistentes que mais fazem lembrar a praga dos pombos nas grandes cidades europeias. Se nos vêem com comida não dão descanso até abocanharem o pão, bolachas ou seja o que for que tenhamos! Um tanto estranho pois estes animais deveriam fugir ao primeiro vislumbre de um humano! Ao regressarmos a Quioto, fomos assistir a um espectáculo de artes e cultura nipónica no célebre bairro de Gion (ver o filme Memorias de uma Gueixa). Ao contrário do que se possa pensar as verdadeiras gueixas nunca foram prostitutas. Embora muitas delas tivessem um “protector” (eufemismo para amante, a meu ver) eram sobretudo entertainers que no seu tempo áureo (princípios do século XX) eram pagas principescamente. A exclusividade era de tal ponto que as casas e restaurantes onde actuavam recusavam qualquer cliente que não viesse com um habitual. O show que assistimos foi uma espécie de um apanhado que contou com a cerimónia do chá, bunrenkai, ikebana, etc. Uma hora de flashes da vida tradicional japonesa. Interessante para quem tenha apenas uma ou duas semanas no Japão. Para os que aqui vivem, sabe a pouco, muito pouco.

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